FELICIDADE
E PAZ
- Por Hugo Lapa -
A maioria
das pessoas acredita firmemente que para se ter uma vida de paz e felicidade é
necessário dinheiro, sucesso e patrimônio, assim como se faz necessário reunir
certas condições de beleza física, atividade sexual regular e satisfação dos
principais prazeres materiais. No entanto, hoje em dia algumas pesquisas
recentes em neurociência vem na contramão dessa crença popular, e fazem
esse questionamento em dois casos particulares. Estas são pesquisas realizadas
com dois indivíduos que levam uma vida bastante simples, com poucos recursos e
quase nenhum dinheiro. Estamos falando de Matthieu Ricard, monge budista e de
Dadi Janki, uma yoguini indiana.
Matthieu Ricard recebeu formação ocidental e é filho de um renomado filósofo francês. Quando não é convidado para palestrar em diversos lugares do mundo, Matthieu vive no monastério Shechen, no bairro tibetano Bouda, onde tem a rotina típica de um monge budista. Ele não tem quase nenhuma posse ou dinheiro, a não ser aquele que recebe como rendimento de alguns dos seus livros. Mesmo assim, Ricard doa boa parte do lucro para obras de caridade. Sua vida é extremamente simples, ele quase nada possui, mas interiormente ele possui a plenitude e a felicidade sem medidas.
Muitas pessoas têm a ilusão de acreditar que a felicidade está sempre ligada ao
usufruto dos prazeres materiais, a condições externas estáveis e confortáveis,
assim como a muito dinheiro e patrimônio. Mas a vida de Matthieu Ricard prova
exatamente o contrário. Ele é feliz sem necessitar de quase nada para viver.
Mas como saber se Matthieu é mesmo feliz? Quem faz essa afirmação sobre sua
felicidade não é o autor deste texto, mas sim os pesquisadores da Universidade
de Wisconsin, nos Estados Unidos, que fizeram um mapeamento da atividade
cerebral de Matthieu em meditação e descobriram que o monge produz uma alta
quantidade de ondas gama, associadas à felicidade, que jamais foram vistas na
neurociência mundial. Esse fato sugere que Matthieu é possivelmente um dos
homens ou o homem mais feliz do mundo. Apesar disso, é um monge que vive num
mosteiro em condições muito simples.
Outra personalidade espiritual que também se caracteriza não apenas pela
felicidade, como pela estabilidade e tranquilidade mental é a yoguini Dadi
Janki. Janki realizou uma série de exames científicos para medir sua atividade
cerebral. O Instituto de Pesquisa Médica e Científica da Universidade do Texas
constatou que Janki possui a “mente mais estável do mundo”. Os cientistas
verificaram, após vários testes de mapeamento cerebral, que as ondas mentais de
Janki não se alteram nem mesmo quando ela é submetida às condições mais
desesperadoras. Os pesquisadores ficaram impressionados com a estabilidade e
paz mental que Dadi Janki apresentou nos testes. Eles concluíram que sua paz
interior era imperturbável e que nada no mundo material poderia tirar a paz e
tranquilidade da yoguini.
Este homem e essa mulher tem muitas coisas em comum, mas a principal é que
ambos levam uma vida muito simples e são adeptos de práticas espirituais
meditativas. Eles falam do amor, da paz e da fraternidade entre os homens.
Quase não tem posses, não ocupam altos cargos em empresas, não são pessoas de
sucesso, nem celebridades que aparecem em capas de revistas de moda. Eles não
são bonitos, não fizeram cirurgias plásticas, não colocaram silicone, não veem
televisão, não bebem, não fumam e nem tem vida sexual ativa. No entanto,
Matthieu foi considerado o homem mais feliz do mundo, enquanto Dadi Janki foi
considerada a mente mais estável do mundo e provavelmente a pessoa que atingiu
a maior expressão da paz interior já conhecida na neurociência. Ambos ensinam
que a felicidade não pode ser encontrada em condições exteriores do mundo, e
que o caminho da felicidade e da paz é, em geral, cuidar do espírito e não
precisar de quase nada para se viver.
Autor: Professor Hugo Lapa
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