“VIVENDO E APRENDENDO”
- Criação da Vida e
Vida após a morte -
(A Visão Budista)
O budismo explica a
vida por meio do princípio do Kuon ou
eternidade. Nitiren Daishonin esclarece esse conceito no “Registro dos Ensinos
Orais”, dizendo: “Kuon significa não
ser criado e nem adorado, mas permanecer na existência original”.
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Nitiren Daishonin |
Não ser criado nem
adorado significa que a vida não é alguma coisa criada numa determinada época,
mas que existe originalmente desde o infinito passado, é inerente ao Universo.
Significa também que a vida em si não é algo que possa ser alcançado pelos
nossos cinco sentidos. A vida não é uma realidade física viva. Embora seja
possível ver os incontáveis aspectos físicos e espirituais da vida, é
dificílimo compreender que a própria vida é efeito das incessantes
transformações perceptíveis dela própria.
“Permanecer na
existência original” significa que a vida tem existência eterna. Portanto,
sobre o ponto de vista budista a vida existe desde o ‘infinito passado’ ao ‘infinito
futuro’, alternando-se entre duas formas da realidade, que denominamos vida e
morte.
Evidentemente, é mais
fácil obter conhecimento sobre os seres vivos. Somos capazes de observar a
aparência de uma pessoa e, baseados em nossas percepções de voz, expressões
físicas e ações, podemos conhecer bastante sobre as funções espirituais que se
desenvolvem em seu interior. Entretanto, quando se trata de morte, fica muito
mais difícil explicar por que, nesse estado, uma entidade não manifesta nenhuma
de suas funções físicas ou espirituais. Como ninguém consegue ver a vida nesse
estado por meio dos cinco sentidos, muitos sentem profundamente que a vida
desaparece completamente com a morte. Porém, na realidade, a vida continua a
existir, modificando-se apenas o estado de sua existência.
Em “Diálogo sobre a
Vida”, o presidente Ikeda dá a seguinte explanação sobre Kuon em termos de vida e tempo:
‘A
essência da vida cósmica, provocando as mudanças fenomenais do crescimento,
maturidade, declínio e kuu,
expande-se no infinito do espaço-tempo. Expande-se devido ao Kuon, que está contido nas profundezas
do Universo nesse exato momento, e ao afloramento da energia cósmica denominada
Nam-myoho-rengue-kyo. O mundo real
existe num único momento presente - não no passado ou no futuro.'
A folha de balanço do carma
de uma pessoa, formado durante a vida atual, decidirá o grau de prazer ou dor
que ela experimentará no período da morte. A duração desse período é também
decidida pela folha de balanço do carma. Quanto mais leve o carma, isto é,
quanto mais elevada a condição interna da vida logo antes da morte, menor será
a duração da vida no estado de morte. Terminado esse período, a vida novamente
aparece no mundo e manifesta novamente as suas funções físicas e espirituais.
Quanto aos aspectos da “nova”
vida, as diferenças individuais, tais como aparência, inteligência e talento; a
família, que pode ser feliz, rica ou pobre; e os múltiplos aspectos da sua
sociedade e da terra - tudo isso reflete agudamente o carma formado nas suas existências
anteriores.
FONTE:
- Extraído do Livro Guia Prático do Budismo.
- Editora Brasil Seikyo (2002)
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OPINIÃO TIM-TIM!
Hoje trouxemos até vocês uma visão bem importante da existência
da vida e da morte. Vimos a opinião budista sobre um tema delicado. Nela
observamos que a vida é eterna, visto que é fruto da obra de Deus, criador do
céu e da terra. Sei que para nossa cultura a visão dos povos orientais é sempre uma agradável surpresa, mas na conceituação de vida e morte somos bem parecidos.
Acreditamos que a
similaridade com os elementos químicos existente em todos os astros reafirma a
infinitude do passado e do presente. Nesse longo espaço de tempo vamos
transitando e modificando nossos carmas, porém levamos em nossos corpos os
mesmo elementos químicos existentes em qualquer parte do Cosmos.
Acredito, piamente, que a vida não pode ser observada apenas
com a limitação dos cinco sentidos, há algo a acrescentar na formação da vida. Esse algo, que é indispensável à vida, só pode
ser a manifestação espiritual, que interliga todos nós e conecta-nos com o
Universo, ou seja, com Deus.
Deus não faria uma obra que fosse finita e não tivesse uma
razão para existir. Certamente, a razão passará pelo nosso aprimoramento
espiritual.
Portanto, a vida continua, mesmo que alguns neguem ou
desconsiderem as Leis Universais. Somos todos irmãos, sejamos católicos,
budistas, espíritas, ortodoxos, hinduístas, protestantes, adoradores de qualquer religião
ou ateus. Somos constituídos de matérias idênticas que podem ser encontradas aqui
na Terra ou em qualquer outra galáxia.
A conexão entre as pessoas, os animais, a flora,
a natureza, enfim, entre todos, é perfeita. Tudo que fazemos de bom e de mal
reverberará em nós, seja positiva ou negativamente.
A vida só podia ser uma obra de Deus, portanto, apressemo-nos
com o nosso aprimoramento. Façamos o bem e agradeçamos ao Grande Arquiteto
dessa grande obra.
Que Deus abençoe a todos nós!
Tim-Tim!
Neo Cirne
Colunista de UBAV-Brasil