Olá amigos,
começamos a semana falando de saúde, um bem precioso para a manutenção da vida.
Daremos algumas dicas sobre esta máquina maravilhosa que é o corpo humano.
Começaremos perguntando, “Como está a sua saúde bucal e em especial a sua gengiva?” – Durante muitos anos, no exercício da odontologia pude observar que a nossa gengiva é o grande indicador de uma saúde de boa qualidade. Quando ela não se apresenta com sua cor rósea e com sua textura em forma de casca de laranja é sinal da presença de algum problema, que necessita ser tratado de imediato. Na maioria das vezes a fase inicial da gengivite, também chamada de periodontite, não causa nenhuma dor ou incômodo. Assim, as pessoas vão levando a vida sem observar a importância do “grito silencioso de alerta” de que alguma doença está se instalando e que a gengiva nos quer transmitir.
O International Dental Journal inclui,
entre as doenças da boca, a doença periodontal como um “grave problema de saúde
pública”. Ainda acrescenta que é grande o impacto que as doenças da boca causam
“nas pessoas e nas comunidades, por exemplo, dor e sofrimento, perda de funções
e redução na qualidade de vida”. Evidente que saber um pouquinho mais sobre a
periodontite pode ajudar você a se
proteger e ter uma vida melhor.
TUDO COMEÇA NA INFÂNCIA
A
importância de uma orientação correta de higiene oral é fundamental e ela
deve acontecer logo cedo, na fase mais tenra de nossas vidas. Sendo a boca a
grande responsável pelas nossas primeiras sensações de prazer - através do aleitamento
materno, hidratação e alimentação – nada mais justo do que observar nas
crianças uma certa resistência à simples orientação dos pais, que dirá ao toque
das mãos deles ou de um odontólogo, é difícil este momento. Porém, se existir também uma
resistência ao tratamento por parte da mãe, se ela não dá exemplos de escovar os
dentes com alegria e vive falando às crianças que “odeia tratar os dentes”,
que não vai ao dentista "Nem à Pau Juvenal!", e se comenta que até o barulho da turbina de alta-rotação dói. Certamente,
ela estará contribuindo para que a saúde oral de seus filhos não seja boa e que
eles, tal qual a uma corrida de passar o bastão, carregarão os medos e traumas da
mãe para o resto de suas vidas, aceitando-os como seus.
Tudo é uma questão de exemplo, portanto, faça um esforço pelo bem de seus filhos, deixem de lado os seus medos e, com carinho, fale-lhes da importância de escovarem os dentes corretamente.
Mostre-lhes como é bom ter uma boca limpinha e cheirosa. Leve-os até a pia, escove o seu dente com prazer e peça-lhes que os imite. Faça deste momento um acontecimento feliz. Permita-lhes que toquem na sua boca, olhem seus dentes, e com carinho toquem na boquinha deles. Desta integração e confiança surgirá a quebra da resistência ao tratamento. Mais adiante, se você puder, leve-os ao consultório dentário, preferencialmente a um dentista especializado em odontopediatria e faça consultas motivacionais. Neste instante o profissional usará seu carisma, saber e paciência para desenvolver uma relação de amizade e confiança com as crianças.
Quando a idade é muito tenra, ainda bebês, procurem utilizar uma gaze úmida para remover o leite talhado que ficou na boca do neném. Um pouquinho d’água ajuda a higienizar.
Mais tarde, quando aparecerem os dentinhos molares utilize "uma escova de dedos" e entre 1 e 3 anos comece a motivá-los em casa, mostrando-lhes a importância de escovarem os dentes com alegria.
Muita calma nesta hora! Nada de gritos. Vá dando o seu exemplo com carinho e aos poucos conquiste a confiança do seu filho.
Realizada esta etapa, lá pelos 4 aninhos, leve-os para “brincar” com o “Tio Dentista”, motive-o e valorize este momento. Ele terá prazer em retornar ao consultório. Depois disso é só deixar que o “Tio ou Tia Dentista” trace um plano de tratamento orientador.
Feita esta observação odontopediátrica, vamos nos ater à fase adulta. Sempre levando em conta a necessidade de mantermos uma boa higiene oral para termos uma saúde bucal de qualidade.
Como disse no início do meu comentário, a gengiva tem como missão principal a proteção dos elementos dentários, ligamentos periodontais e osso alveolar. Quando ela se inflama, é sinal que a sua resistência foi vencida por algum corpo estranho, normalmente os alimentos, mesmo em bocas bem escovadas, vão se depositando à margem da gengiva, ainda em sua forma líquido-pastosa, formando a “placa bacteriana”. Por isso, devemos escovar sempre os dentes APÓS as refeições. Esta placa bacteriana contém resíduos alimentares recentes que as bactérias que fazem parte do antro bucal adoram e adotam como substrato para o seu desenvolvimento. Caso ela não seja removida de imediato, endurecerá transformando-se num cálculo ou tártaro, que é uma etapa mais sólida, composta por resíduos alimentares em diversas fases de decomposição e exercerá uma pressão mais firme e constante sobre a gengiva.
Na fase inicial da gengivite, não temos a presença de dor. E até em fazes mais avançadas, como a periodontite, a dor também não aparece. Assim, mesmo com o “grito silencioso” da gengiva, o problema continua aumentando...
Surge o sangramento gengival, o mau hálito; a retração gengival. A destruição óssea aparece ocasionando a mobilidade dentária e, num último estágio, a perda do dente. O cálculo por ser mais duro e aderente é mais difícil de ser removido do que a placa bacteriana.
Fatores que
contribuem para o aparecimento de doença periodontal incluem: medicamentos
supressores do sistema imunológico, infecção virais, estresse, diabetes não
controlado, o fumo, o consumo excessivo do álcool, mudanças hormonais por causa
da gravidez e naturalmente, a má higiene bucal.
A resposta é SIM!
No seu estágio inicial ela pode ser revertida. Mas se ela se tornar numa periodontite será necessário parar o avanço da doença antes que ela destrua o osso e o tecido que envolve os dentes.
No seu estágio inicial ela pode ser revertida. Mas se ela se tornar numa periodontite será necessário parar o avanço da doença antes que ela destrua o osso e o tecido que envolve os dentes.
Mesmo que seja difícil o seu acesso à assistência odontológica, a prevenção é o segredo para reduzir de ter essa doença potencialmente destrutiva.
Cuidar de sua higiene bucal de forma regular e apropriada é a melhor forma de reduzir o risco de ter uma doença na gengiva. Para uma saúde perfeita, nada melhor do que a prevenção.
MAIS UM DETALHE:
CUIDADO COM AS CRIANÇAS! ELAS COMEM DE TUDO!
Vamos ao vídeo:
Bom dia!
Neo Cirne
Colunista de UBAV-Brasil
Colunista de UBAV-Brasil
Odontólogo - Especializado
em Periodontia