- Contentamento -
* Na filosofia do Yoga, Santosha
(Contentamento) é um dos cinco niyamas, suporte ético do sadhana (prática).
Contentamento
é um rio subterrâneo cujo curso não pode ser interrompido. Na superfície, as
pessoas pisam, empurram, puxam e arrastam; o solo seca, racha, mas por baixo, o
rio continua fluindo. Mesmo que em alguns pontos seja um fio de água correndo
na escuridão.
A água da
superfície corre o risco de poluir e secar, pode ser usada, bebida, extraída. A
água subterrânea é impenetrável. O mesmo se dá com o contentamento. É um
movimento constante, invisível, sempre para frente. Não é indiferente aos
desafios, mas se a paisagem da mente, a superfície da vida, for tumultuada, o
rio reage, desvia, vaza, inunda, mas permanece invisível. E nunca seca.
É preciso
ter um entendimento profundo para estar contente – é preciso conhecer, prever
os movimentos da mente e sentir a atração do destino que está além de tudo. O
contentamento é estudar a vida, não a mera aceitação dela. As pessoas dizem:
“Não pense tanto”. Mas o contentamento exige que se pense profundamente, se
observe com atenção, se reaja com calma movendo-se no tempo certo. Mais que
tudo, a água precisa da força da correnteza para atravessar as curvas, as
entradas e os altos e baixos do inconsciente. Se não há correnteza, pode haver
inteligência, mas haverá sempre depressão e a sensação de que você pode
estagnar.
A
corrente é a força espiritual.
Fonte: Beleza Interior – O Livro das Virtudes
Brahma Kumaris Editora