Hoje é um dia bem especial, dia em que
comemoramos o Dia Nacional da Poesia. A poesia é uma variação importante de uma
das oito artes existentes, a escrita. Segundo a história das artes, são elas: arquitetura, desenho, escultura, pintura,
escrita, música, dança e o cinema. Originalmente, elas eram classificadas
em sete artes. No século passado o cinema foi incorporado como a forma mais
moderna de manifestação artístico-visual.
A escrita, de todas as artes, foi o grande
fator responsável pelo surgimento das cidades e dos Estados, ela foi criada por
volta de 3.500 anos a.C.
Com a escrita, o ser humano passou a
registrar as suas ideias e a se comunicar. A linguagem escrita é muito
importante, pois permite que gerações futuras tenham um conhecimento da nossa
atuação e desenvolvimento atual.
Com a linguagem escrita, surgiu a poesia.
O Dia Nacional da Poesia serve para lembrar a geração atual o grande
patrimônio poético brasileiro que nosso país possui. A carência do sentimento poético acarreta num
embrutecimento social, na perda da percepção do lirismo poético e do
sentimento reflexivo de seu autor. Muito associada aos sentimentos pessoais, sejam críticos,
amorosos ou bem-humorados, a poesia pode ser percebida em outras artes, como a
música e o cinema.
Portanto, nada mais justo do que
lembremos os nossos poetas, são muitos, por isso lembraremos alguns nomes como
Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Olavo Bilac, Vinícius de Moraes,
Gonçalves Dias, Mário de Andrade, Machado de Assis, Ferreira Gullar, Paulo
Leminski, Casimiro de Abreu, Alvares de Azevedo, Junqueira Freire, Fabrício Carpinejar
e poetisas , tais como Angélica Freitas, Cecília Meireles, Cora Coralina, Lya
Luft, Adélia Prado, Elisa Lucinda, Alice Ruiz, Helena Kolody.
Como uma doce homenagem aos brilhantes
gênios da poesia, UBAV destaca duas poesias, uma escrita por um poeta e outra
por uma poetisa. Por sorteio, selecionamos as obras dos poetas Paulo Leminski (Natural de Curitiba/PR *1944-1989)
e Adélia Prado (Natural de Divinópolis/MG - 1935, atualmente com 80 anos), as poesias selecionadas falam de amor.
Amar você é
coisa de minutos…
coisa de minutos…
Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui
(Paulo Leminski)
Amor Feinho
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero um amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero um amor feinho.
(Adélia Prado)
Espero que tenham gostado da nossa
lembrança do Dia Nacional da Poesia. Uma vida sem poesia é feito um namoro sem
amor, não tem a menor graça, estingue-se na falta de luz.
Tim-Tim!
Neo Cirne
Colunista de UBAV-BRAIL