Queridos leitores da Ubav-Brasil
Estamos vivendo a
era do ter que fazer muitas tarefas cumulativas, para sermos vistos como
pro-ativos, inteligentes e modernos. Passamos
isso para nossas crianças como algo natural; sei bem que os tempos mudaram, e
como mudaram... Não existe mais ter tempo, nem permissão, para brincar na rua.
A violência que paira sobre as pessoas não nos permite a "esse luxo",
então temos que ocupar o tempo das crianças com atividades extracurriculares,
como se não fosse mais permitido apenas deixa-los crescer e desenvolver com a
leveza que a idade precisa. Por isso, envio esse texto que fala sobre como os
pais, na melhor das suas intenções "massacram" seus filhos com
atividades, compromissos e tarefas que, provavelmente os pequenos ainda não
estão preparados para enfrentar.
Pais sem pressa
Movimento que prega a 'desaceleração' da rotina das crianças levanta debate sobre o excesso de atividades na infância
JULIANA VIN - ESTADO DE SÃO PAULO
A infância se transformou em uma corrida rumo à perfeição, e as
crianças, em mini executivos com agenda cheia de atividades. É o que argumentam
os partidários do "slow parenting" (pais sem pressa), movimento que
prega justamente o contrário: que as crianças tenham menos compromissos e mais
tempo para fazer nada.
A ideia, que tomou corpo na Europa e EUA, ganha força aqui. Na semana passada, a primeira edição do "SlowKids", evento em prol da desaceleração da rotina das crianças, levou 1.500 pessoas ao parque da Água Branca, em São Paulo.
Na programação, atividades nada tecnológicas: oficina de jardinagem, brincadeiras antigas e piquenique. "As crianças precisam desligar os eletrônicos e interagir mais com os pais", diz Tatiana Weberman, uma das criadoras do projeto e diretora da agência Respire Cultura.
Segundo o jornalista britânico Carl Honoré, autor de "Sob Pressão" (Record, 368 págs., R$ 52), muitas crianças têm todos os momentos da vida agendados e monitorados.
"Elas têm dificuldades de serem independentes, ficam sob estresse e são menos criativas", disse Honoré à Folha.
Ele foi o primeiro a usar o termo "slow parenting". "Tudo começou quando a professora do meu filho disse que ele era um jovem artista talentoso'. Na hora, a visão de criar o novo Picasso passou pela minha cabeça", conta.
No mesmo dia, ele começou a procurar cursos de arte para o filho de sete anos, até que o menino disse: "Pai, não quero ter um professor, só quero desenhar. Por que os adultos querem sempre cuidar de tudo?".
A ideia, que tomou corpo na Europa e EUA, ganha força aqui. Na semana passada, a primeira edição do "SlowKids", evento em prol da desaceleração da rotina das crianças, levou 1.500 pessoas ao parque da Água Branca, em São Paulo.
Na programação, atividades nada tecnológicas: oficina de jardinagem, brincadeiras antigas e piquenique. "As crianças precisam desligar os eletrônicos e interagir mais com os pais", diz Tatiana Weberman, uma das criadoras do projeto e diretora da agência Respire Cultura.
Segundo o jornalista britânico Carl Honoré, autor de "Sob Pressão" (Record, 368 págs., R$ 52), muitas crianças têm todos os momentos da vida agendados e monitorados.
"Elas têm dificuldades de serem independentes, ficam sob estresse e são menos criativas", disse Honoré à Folha.
Ele foi o primeiro a usar o termo "slow parenting". "Tudo começou quando a professora do meu filho disse que ele era um jovem artista talentoso'. Na hora, a visão de criar o novo Picasso passou pela minha cabeça", conta.
No mesmo dia, ele começou a procurar cursos de arte para o filho de sete anos, até que o menino disse: "Pai, não quero ter um professor, só quero desenhar. Por que os adultos querem sempre cuidar de tudo?".
O puxão de orelha fez com que ele voltasse atrás
e começasse a pesquisar o super agendamento da infância. Segundo ele, tudo
começa com a boa intenção dos pais. Mas a vontade de ser o pai perfeito
transforma a educação em um jogo de tudo ou nada.
VIDA DE EXECUTIVO
Para a psicanalista Belinda
Mandelbaum, professora do Instituto de Psicologia da USP, a educação de
resultados antecipa o ensino de ferramentas para competir no mundo corporativo.
"Vejo crianças aprendendo mandarim porque os pais acham ser importante
para o futuro".
Quando o empresário Marcelo Cesana, 38, diz não ter pressa de que o filho Caio, 1, aprenda a falar, a ler e a escrever, questionam se ele não vai ter dificuldade para trabalhar. "Me acham bicho do mato, mas não quero antecipar as coisas", diz ele, que levou a família ao "SlowKids".
A gerente de supermercado Vanessa Sheila Dias, 36, também foi ao evento com a filha Anne, 8. O domingo no parque faz parte da ideia de reservar um dia para fazer nada. "A rotina da semana é maluca, passo a ansiedade para a Anne", diz ela, que já se pegou pedindo que a filha comesse um lanche de fast food mais rápido.
Anne não faz atividades extraescolares, assim como os filhos da psicóloga Patrícia Paione Grinfeld, 41.
Quando o empresário Marcelo Cesana, 38, diz não ter pressa de que o filho Caio, 1, aprenda a falar, a ler e a escrever, questionam se ele não vai ter dificuldade para trabalhar. "Me acham bicho do mato, mas não quero antecipar as coisas", diz ele, que levou a família ao "SlowKids".
A gerente de supermercado Vanessa Sheila Dias, 36, também foi ao evento com a filha Anne, 8. O domingo no parque faz parte da ideia de reservar um dia para fazer nada. "A rotina da semana é maluca, passo a ansiedade para a Anne", diz ela, que já se pegou pedindo que a filha comesse um lanche de fast food mais rápido.
Anne não faz atividades extraescolares, assim como os filhos da psicóloga Patrícia Paione Grinfeld, 41.
"Outros pais me perguntam: Mas eles não
fazem nada?” Como se fosse algo errado! Não, não fazem, eles brincam",
conta a Patrícia. "Quero que crianças venham brincar com meus filhos em
casa, mas todas são muito ocupadas, tem que marcar antes". As atividades
extras não garantem que a criança vai aprender mais, diz Mandelbaum.
"Muitas vezes, elas só aprendem a se adaptar a esse ritmo louco."
O primeiro efeito da correria é a ansiedade, diz
a neuropsicóloga Adriana Fóz, coordenadora do projeto Cuca Legal, da Unifesp.
"A criança fica frustrada pelo excesso de atividades e pela falta [quando
se acostuma à agenda cheia]. Fica entediada com mais facilidade."
Não que toda atividade extra deva ser evitada,
mas é preciso respeitar o tempo da criança. "Até os cinco anos os
estímulos têm que ser mais naturais", afirma Fóz.
De seis a 12 anos, é hora de aprender de forma mais sistematizada, diz ela. Aí é preciso conciliar o que os pais consideram ser importante com o desejo e as habilidades da criança, cuidando para que ela tenha tempo livre.
"O ócio estimula a criatividade e a curiosidade por temas e experiências diversas", afirma a educadora e antropóloga Adriana Friedmann.
De seis a 12 anos, é hora de aprender de forma mais sistematizada, diz ela. Aí é preciso conciliar o que os pais consideram ser importante com o desejo e as habilidades da criança, cuidando para que ela tenha tempo livre.
"O ócio estimula a criatividade e a curiosidade por temas e experiências diversas", afirma a educadora e antropóloga Adriana Friedmann.
Obrigado amigos e
Tim-Tim! Um Brinde À Vida!
Terapeuta Sistêmica (Familia, individual e casal) – Psicopedagoga clínica – Letras - Psicomotricidade e Desenvolvimento Humano –
Distúrbios/Transtornos de Aprendizagem – Aprendizagem e Psicopedagogia - Bioenergia - Dinâmicas de Grupo - Educação e Psicologia Social/clinica – Leitura corporal - Belo Horizonte -
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