Meus amigos, boa tarde.
Quando o carteiro gritava: Olha o carteiro! Era uma correria para recebê-lo no portão. Parece que naquelas cartas nós conseguíamos sentir a alegria e a tristeza de quem nos escrevia, apenas pelo tipo da grafia das letras. Os textos eram mais completos, a escrita e o pensamento possuíam corpo... Materialidade. Éramos capazes de perceber o perfume salpicado no papel da carta e imaginá-lo na pessoa amada. Não sei se vocês lembram disso, mas eu lembro e com imensa saudade.
As pessoas mais velhas são mesmas saudosistas, pois quando DEUS nos deu a Vida, Ele condicionou inteligentemente um envelhecimento natural aos nossos corpos, mas esqueceu de envelhecer a nossa mente e ela permanece num outro estágio e muito jovem, em virtude disso, estamos sempre a dizer: Parece que foi ontem!, não é verdade?
Este artigo lembrou-me daquela ocasião de quando fazíamos da chegada da carta um grande acontecimento. Quantas cartas de amor escrevemos na vida? Meu Deus, foram muitos momentos doces grafados em lindas palavras, guardávamos estas cartas como verdadeiros tesouros. Que bom que eu curti esta tempo!
Neo Cirne
As pessoas mais velhas são mesmas saudosistas, pois quando DEUS nos deu a Vida, Ele condicionou inteligentemente um envelhecimento natural aos nossos corpos, mas esqueceu de envelhecer a nossa mente e ela permanece num outro estágio e muito jovem, em virtude disso, estamos sempre a dizer: Parece que foi ontem!, não é verdade?
Este artigo lembrou-me daquela ocasião de quando fazíamos da chegada da carta um grande acontecimento. Quantas cartas de amor escrevemos na vida? Meu Deus, foram muitos momentos doces grafados em lindas palavras, guardávamos estas cartas como verdadeiros tesouros. Que bom que eu curti esta tempo!
Neo Cirne
Vamos à matéria de Maria das Neves Gomes:
(Lembranças de uma entregadora de cartas)
A CARTA
Avistei uma senhora recostada na janela e percebi que havia correspondência para aquele endereço.
- Tem carta para a senhora, anunciei.
- Bem que poderia ser do meu filho Alfredo, que não o vejo há anos - suspirou a Dona santinha, enquanto pegava a carta. - Ele era o xodó do meu falecido marido. Até o dia em que brigaram e o garoto foi embora.
Ansiosa, Dona Santinha correu para dentro de casa para pegar seus óculos. Com as mãos trêmulas, conseguiu ler lentamente. Começou pelo remetente: "LUCIANO SANTOS e ..." por uns segundos ficou estática. - "CARLOS EDUARDO DOS SANTOS NETO". Ela parecia perturbada.
- CARLOS EDUARDO DOS SANTOS é o nome de meu falecido marido! - disse com a voz embargada.
Os óculos embaçados dificultavam a leitura, mas ela foi em frente: "Querida vovó, tudo bem com a senhora?". Dentro do envelope, fotos e mais uma folha de papel. Era uma carta do seu filho Alfredo, que tinha dado dois netos, dois meninos a Dona Santinha, e um deles para demonstrar que não tinha remorso do pai, com quem havia brigado quando partiu, colocou o nome do avô.
Eu com minha sacola de cartas pendurada no ombro e com o meu jeito maternal, ao perceber a lágrima de Dona Santinha, não me contive... Chorei junto!
"Carteiro é uma profissão que tem vantagens e desvantagens, mas uma das grandes vantagens é a emoção permanente que pode transmitir".
(Neo Cirne)
TIM-TIM!